Sunday 27 December 2009

A batalha final. Ou finalmente um novo ano. Ou um bom ano para todos vós.

Armadura. Prateada, resplandecente. Ainda invicta. E será sempre. Dourada nos ombros, ofusca e cega. Atemoriza. Excita. Quando bato no peito gosto de ouvir aquele som... o bater com o punho, sinal de honra. O bater com a mão aberta, sinal de desespero. Espero sempre pelo ressoar metálico que me incentiva. Ou que me acalma. Eu visto-a e chamo-lhe minha. Ela protege-me e dá-me segurança. Confio nela. Ela sofre os golpes que me são destinados. Ela nunca me trairá. Amo-a.

Elmo. Negro. Estranho contraste... Esmaga-me o crânio, está bem apertado junto á face. Esmaga-me para dizer que é meu. Escuro como breu. Mais que me proteger, é uma máscara. Esconde emoções. As ternas, plenas de lágrimas. As violentas, carregadas de furor. As indefinidas num furor de lágrimas. Ele protege o meu rosto absorve para ele a solidão que me é destinada. Deste nada que me transforma transporta ele a ilusão. Carrega ele, negro e escuro como breu, com placidez e numa estranha calma a minha alma. Negra e escura como breu. Mas isso só ele sabe. E eu. Ele nunca me abandonará. Amo-o.

Espada. Dizem que foi empunhada em tempos ancestrais. Dizem que foi erguida, nas longas batalhas pela Vida, perdida para os mortais.Dizem que só eu a posso carregar. Dizem que queima a mão, num fogo lento e de chamas vermelhas, a quem mais lhe ouse tocar. Tem runas na lâmina, resplandecente. Ainda invicta e será sempre. Deste nada em que a transformo é ela a minha ilusão. Não lhe toquem... é a morte vermelha que passa. Trespassa. Fere. Alimenta-se de sangue. Tem o dom de cessar as lágrimas em rostos lividos de furor. É minha porque me pertence e a mim quer pertencer. Amo-a.

Vesti-me assim. De amor. Hoje levo para o derradeiro campo de honra tudo o que me amou nesta vida, tudo o que me protegeu. As minhas defesas e eu. Nada mais. Porque vamos combater precisamente o Amor. Essa crosta que tenho urgentemente que arrancar. Para poder ser eu novamente.. e novamente voltar a voar. Sem saber onde ir. E novamente voltar a sorrir sem saber onde ficar... caminhar. Habitar. O amor vencerá o AMOR. Armadura, elmo e espada os que me amaram e mostraram o que quero ser. Combater para partir. Partir para viver. Um bom ano para todos.

Nuno.

2 comments:

Anonymous said...

Para ti prevejo coisas unicas rapaz. És capaz de dar vida a um comando de televisão. Gosto das tuas defesas. Mais que isso. Gosto de ti.





Antonio Rosa

Fallen Angel said...

:)))) Oh, António!! Grande abraço. Bons anos, qual bom ano! Bons anos.