Wednesday 23 May 2007

Exilio


São lúcidas as tuas formas elaboradas a compasso para passo a passo serem descompassadas e alterar batimentos cardíacos - síncopes, taquicardia - em incontidos soluços, convulsos, amargos do âmago de uma alma que ama e que chama e que chora... quanta demora nesses gestos. É hora. Vibrantes as tuas palavras de ódio que feriram - adagas - que cumpriram - pragas - enquanto assistias, estranha vestal, á queda abrupa de um admirável mundo criado por mim, querido por ti.. abandonado por nós.

É sem dúvida amor o que persigo. És sem dúvida, amor, o que persigo.

Condenaste-me ao exilio que com um prazer furioso abracei. Tal como quando te abraçava em fúria invocando o prazer, descrente nos sentidos que adormeciam enquanto velava o teu sono, desperto, bem perto do teu rosto, tão perto que o ar expelido com a meu respirar te levantava os cabelos soltos, rebeldes, que teimavam em cair nas minhas mãos...
É sem dúvida vida que me retiras. És sem dúvida a dádiva dessa vida.
«Ayer los dos soñábamos con un mundo perfecto
Ayer a nuestros labios les sobraban las palabras
Porque en los ojos nos espiábamos en el alma
Y la verdad no vacilaba a tu mirada
Ayer nos prometimos conquistar el mundo entero
Ayer tu me juraste que este amor seria eterno
Porque una vez equivocarse es suficiente
Para aprender lo que es amar sinceramente
Que hiciste
Hoy destruiste con tu orgullo la esperanza
Hoy empañaste con tu furia mi mirada
Borraste toda nuestra historia con tu rabia
Y confundiste tanto amor que te entregaba
Como permiso para sí romperme el alma
Que hiciste
Nos obligaste a destruir las madrugadas
Y nuestras noches las borraron tus palabras
Mis ilusiones acabaron con tus farsas
Se te olvidó que era el amor lo que importaba
Y con tus manos derrumbaste nuestra casa..»